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Um Nómada Digital NÃO É um Turista Normal! Estas são as 10 diferenças principais

Nómada Digital é não só um termo recente que tem “explodido” nos últimos anos pelo mundo fora, como também é um conceito novo de viajante. 

Nomadismo Digital é o nosso estilo de vida. Um estilo de vida que tanto gostamos e promovemos. No entanto, por ser um termo tão recente, ainda existem muitas dúvidas. 

Nomadismo Digital de sonho nas Ilhas San Bernardo, Colômbia

Não, um Nómada Digital não é um turista normal.

E neste artigo explicamos as principais diferenças entre estes dois universos tão distintos. 

Sejas um curioso, ou um empreendedor a querer conhecer mais sobre este mundo para adaptar o negócio, de certeza que vais tirar conclusões valiosas. Aproveita! 

Neste artigo apenas diferenciamos os 2 estilos de viagem, não explicamos como te podes tornar um Nómada Digital. Para isso recomendamos começar pelo curso: “12 Maneiras de Trabalhar Online“.

1 – Quanto tempo ficam em cada destino?

Comecemos pela diferença mais prática, o tempo de estadia.

Um turista normal usa as suas férias, muitas vezes sincronizadas com outras pessoas, para viajar. Por isso, normalmente são viagens muito limitadas que variam entre apenas alguns dias e 2 semanas pelos destinos por onde passam. 

Um Nómada Digital fica em média entre 1 e 3 meses nos destinos, sendo que, com o passar do tempo, tem a tendência de alongar o tempo de estadia podendo chegar a 1 ou 2 anos por destino. 

2 – Tempos totais de viagem

Um turista viaja quando está de férias. Por isso, os tempos totais de viagem variam entre apenas alguns dias e 1 mês. Sendo que a grande maioria viaja, geralmente, 1 ou 2 semanas. 

Um Nómada Digital não está bem de viagem. É o seu estilo de vida e muitas vezes leva a casa às costas.

Nós, normalmente fazemos uma viagem de 6-8 meses por ano sem voltar a casa e depois intercalamos o restante tempo com viagens mais pequenas. 

Outros Nómadas Digitais estão sempre em viagem salvo curtas visitas a casa. 

Nómadas Digitais de todo o mundo na Caparica, Portugal (Foto de Digital Nomads Caparica)

Vê a nossa reportagem na TVI sobre o que é um Nómada Digital


3 – Em que tipo de alojamento turístico ficam hospedados?

Genericamente falando, os turistas, viajantes de curta duração, ficam em hotéis, hostéis ou em apartamentos para estadias curtas de plataformas como o Airbnb.

O Nómada Digital, principalmente por ficar mais tempo nos destinos, procura soluções mais inteligentes financeiramente e com maior privacidade, sossego e conforto. 

Uma grande parte dos Nómadas Digitais procura arrendar apartamentos locais para médio-longo prazo, seja ao procurar em grupos de Facebook, plataformas locais ou a negociar com apartamentos no Airbnb. 

Por valorizarem tanto o senso de comunidade, muitos Nómadas optam também por ficar em Colivings.

Colivings são alojamentos turísticos adaptados para o mercado do trabalho remoto. Normalmente são casas partilhadas, com privacidade, condições de trabalho (boa internet, espaço de coworking, etc) e muitas atividades para incentivar as conexões pessoais e (quem sabe) profissionais.

Flamingo, um coliving em Santa Marta, Colômbia

Alternativamente, também podem optar por House/Pet Sitting, cuidar da casa e animais de pessoas quando estas estão fora. Ou por Work Exchange, trabalho voluntário em troca de alojamento e às vezes alimentação. 

Podes saber mais sobre qualquer uma destas opções de alojamento e as plataformas que recomendamos neste artigo:

-> 7 Tipos de Alojamento para diferentes Estilos de Viagem

4 – Como gerem as despesas e abordam a vida financeira?

Esta é também, umas das principais diferenças entre o Nómada Digital e um turista. 

Os turistas viajam com o tempo contado e, muitas vezes, “fecham” os olhos às suas despesas. São apenas semanas excecionais de “merecido descanso” depois de 1 ano de trabalho intenso. É completamente compreensível que optem por mais requinte e despreocupação financeira neste curto período de tempo. Quem nunca?

Isso normalmente resulta em despesas diárias altas, o que não é sustentável a médio-longo prazo em muitos dos casos. 

O Nómada Digital, no outro lado do espectro, não está bem em viagem. É o seu estilo de vida! O que significa que tem de cuidar das suas despesas mensais para ser sustentável. Não quer dizer que não se cometam alguns excessos, mas não diariamente.

O alojamento muitas vezes é pago mensalmente, e muitas refeições são caseiras. Isto resulta em despesas diárias muito mais baixas.

A escolha do destino também tem as despesas em consideração. Um turista é capaz de juntar dinheiro durante 1 ano e gastá-lo todo para visitar os típicos destinos de sonho como Maldivas ou Bora-Bora.

Nestes destinos, por norma, é muito mais difícil ter um estilo de vida sustentável financeiramente para estadias de médio-longo prazo. Por isso, grande parte dos Nómadas Digitais procuram destinos onde possam ter as despesas mais controladas e um estilo de vida mais estável. 


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5 – Como gerem o seu tempo durante as viagens? (e quanto planeiam?)

Os turistas normais por terem tempo limitado, normalmente planeiam muito mais as suas viagens, de forma a conseguirem aproveitar ao máximo os sítios por onde passam. Isto normalmente, resulta em dias muito intensos com várias atividades ou visitas por dia e muitos quilómetros percorridos. 

Pessoalmente, depois de vários anos a viajar, já não conseguimos sequer considerar uma viagem assim! 

Equilíbrio Explorar – Trabalhar no Coliving Nine em Tenerife, Espanha

O Nómada Digital tira o tempo da equação e vive a viagem muito menos intensamente. Espaça atividades e passeios e permite-se dias de descanso ou de preguiça. 

Principalmente porque, um Nómada Digital tem de conciliar o lado viajante com a sua atividade profissional e encaixar umas boas horas de trabalho por semana.

Precisa de encontrar um sítio com condições de trabalho, seja no apartamento, um espaço de coworking ou um café sossegado na zona de residência e conciliar o explorar com o trabalhar. 


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6 – Que motivações têm na escolha do destino? E o que procuram fazer?

Não querendo cometer o erro de generalizar, os turistas normais, geralmente, escolhem destinos com o principal intuito de os explorar. Seja porque é um destino pelo qual têm curiosidade, porque ouvem falar há algum tempo, porque algum conhecido foi e adorou, porque tem a natureza que procuram, por inspiração das redes sociais ou por alguma campanha de marketing bem sucedida.

E quando nos destinos, dividem o seu tempo entre atrações e atividades turísticas. 

Os Nómadas Digitais, por norma, são mais viajados e têm mais liberdade. Por essa razão, não se encantam pelos mesmos “gatilhos turísticos” que um turista normal.

As principais coisas que atraem um Nómada Digital são um estilo de vida apelativo, atividades desportivas e radicais, uma comunidade vívida, eventos, entre outras coisas… 

Alguns exemplos de sucesso e o porquê:

  • A Caparica, uma pequena região na praia a 20 minutos de Lisboa que está a crescer muito no mundo dos Nómadas Digitais por oferecer um estilo de vida incrível com surf, trabalho remoto e uma comunidade que está a crescer bastante. (Digital Nomads Caparica)
  • A Madeira explodiu no mapa dos Nómadas Digitais, por se ter focado na criação de uma forte comunidade numa pequena vila rodeada de natureza. Foi a primeira Vila de Nómadas Digitais no mundo!
  • Bansko, uma pequena cidade montanhosa na Bulgária, que durante o inverno está repleta de Nómadas Digitais por ser a melhor estância de ski dos Balcãs. Além disso, pelo facto de se focarem em criar uma forte comunidade (principalmente impulsionada pelo Coworking Bansko). Durante o verão, para compensar, criaram um evento – Bansko Nomad Fest – que atrai centenas de Nómadas de todo o mundo. Naturalmente, muitos acabam por ficar bem mais tempo do que os 4 dias do evento.
Nómada Digital em Bansko, Bulgária – Coworking Bansko

7 – Estilo de vida e imersão cultural

Esta é possivelmente a maior diferença entre os estilos de viagem. O turista explora os sítios. O Nómada Digital vive os sítios! 

Um turista está apenas de passagem e está focado em explorar o máximo que conseguir. Percorre muitos quilómetros, faz roteiros turísticos e procura as clássicas atrações. Pouco ou nada se envolve com a cultura local, sendo raro aprender língua local ou adotar costumes locais. Absorve pouco da dinâmica local, portanto, as aprendizagens são elas também superficiais. 

O Nómada Digital, principalmente por ficar mais tempo nos destinos e a sua gestão de tempo ser peculiar, acaba por experienciar os destinos mais como local do que como turista. 

Um Nómada Digital envolve-se frequentemente com a cultura local, muitas vezes fala a língua local, come nos restaurantes locais, tem amigos locais e segue os costumes locais. Mais importante que tudo, o facto de viver num sítio por tanto tempo e se envolver tão profundamente na cultura local, acaba por absorver mais e tirar maiores lições de cada sítio por onde passa. São essas lições que nos vão moldando como pessoas!   

Vivemos com uma Tribo na Amazónia Colombiana

8 – Consciência ambiental e social

Mais uma vez, é errado generalizar, e esta teoria provavelmente se baseie na nossa experiência pessoal e dos meios em que nos envolvemos. 

Por norma, o Nómada Digital tem uma maior consciência ambiental e social. Procura reduzir a sua pegada ecológica e envolver-se em projetos ou atividades de impacto local. Talvez porque o envolvimento com os sítios é mais profundo e sente que pode contribuir para fazer a diferença. Ou porque, por norma, os nómadas são mais viajados e já viveram e aprenderam com outras realidades. 

João Mendes – No FootPrint Nomads

Se queres ter um impacto menor na tua pegada ao viveres como Nómada Digital começa por ser um Slow Nomad. Não mudes de cidade todos os meses, aproveita bem o tempo nas comunidades onde estas a viver para realmente as conheceres e não simplesmente passares o tempo numa “bolha”.

Normalmente, estas ações por mais pequenas que sejam, exigem tempo e/ou energia da nossa parte. Se tivermos nas nossas 2 semanas de férias, no nosso merecido descanso após meses de trabalho, é naturalmente mais difícil termos essa iniciativa e dedicarmo-nos aos outros. 

Na verdade, é ainda pior. Muitos viajantes aumentam a sua pegada ecológica durante as suas férias, porque são “semanas de exceção”, muitos quilómetros são percorridos e ocorrem vários excessos de consumo. 

Isto é a nossa visão. E independentemente de que “lado” estejas, há sempre maneira de reduzirmos a nossa pegada ecológica e alastrarmos essa consciência.

Matilde com meios de transporte livres de emissões carbónicas ^^

9 – A bagagem com que viajam

Esta é possivelmente a diferença mais difícil de vincar e onde é mais errado de se generalizar. Já vimos um pouco de tudo em ambos os casos.

No entanto, acreditamos que o Nómada Digital, em muitos dos casos, por constantemente levar a “casa às costas” (apesar de viajar mais lentamente) acaba por se tornar mais minimalista com o passar do tempo. 

Verdade que tem toda uma secção extra que a maior parte dos turistas não carrega: a tecnologia e respetivo “escritório”. Mesmo assim, com o passar do tempo, o Nómada Digital vai otimizando o que leva na mala e passa a transportar apenas os essenciais. E quanto menos volume ocuparem esses essenciais, melhor! 

Confesso que ficámos obcecados com o volume das coisas que escolhemos carregar nas nossas malas!

Os turistas, normalmente levam muito mais do precisam e acabam por não usar grande parte das coisas que levam. 

Claro que existem exceções… Já conhecemos Nómadas que por viajarem tão lentamente, acumulam muitas coisas e andam com malas enormes. E também já conhecemos viajantes minimalistas com malas de menos de 10kg. 


Lê também – Será que precisas mesmo de Seguro de Viagem? Aqui tens tudo o que precisas de saber!


10 – Vida Social

Um dos tópicos mais sensíveis no Nomadismo Digital. A vida social de um Nómada Digital pode ser desafiante!

Quando estamos de férias, estamos radiantes e cheios de “energia social”. Queremos é divertir-nos e conhecer pessoas novas. Vamos a mais festas do que o normal, e até toleramos vida de hostel. 

Os Nómadas Digitais por passarem tanto tempo longe de casa, precisam de criar laços humanos mais profundos do que o superficial “olá e adeus” comum que se vive nas viagens curtas. 

Comunidade de Nómadas Digitais em Santa Marta, Colômbia

Por existirem tantas relações passageiras na nossa vida acabamos por não nos “entregar” tão facilmente a novas relações. Muitas vezes nem aplicamos o esforço quando sabemos que certas pessoas se vão embora nos dias seguintes.

Por essa razão, os coworkings, colivings e comunidades de Nómadas Digitais, como as que estão a ser criadas na Caparica e na Madeira, são tão importantes e têm tanto sucesso no mundo do Nomadismo Digital! Porque é sabido que os Nómadas Digitais viajam lento e a probabilidade de se conhecer pessoas no mesmo “barco” que nós, são muito maiores!  


Somos uns sortudos. Somos uns sortudos por viver numa época em que podemos viver do nosso computador e viajar o mundo sem limites. Somos uns sortudos por testemunhar a pura liberdade. 

Nomadismo Digital não é perfeito. Mas é um estilo de vida incrível que nós adoramos e não nos vemos a abdicar tão cedo! 

Se gostavas de te tornar um Nómada Digital como nós, aplica-te em 1 destas 12 maneiras de Trabalhar Online e mais cedo do que tu pensas, vais andar por este mundo fora também 🙂 

Mas agora diz-nos nos comentários: Com qual tipo de viagem te identificas mais? 

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